A Roda da Fortuna: 23/09 a 22/10
Eva Veigas
TAROT 2020
A Roda da Fortuna
Período: 23/09/2020 – 22/10/2020
O Sol está no signo de Balança (Elemento Ar)
A Roda da Fortuna é o 10º Arcano do Tarot e corresponde ao signo astrológico de Virgem (Elemento Terra)
Numerologicamente transita-se do Número 4 (Elemento Terra) para o Número 5 (Elemento Fogo), entre os dias 20 de Setembro e 10 de Outubro.
Um novo ciclo tem início. A possibilidade de evoluir e progredir, tendo em conta as experiências anteriores, devolve-nos a possibilidade de crescer e aprender com os nossos erros.
A Roda da Fortuna, que gira ininterruptamente, conduz o fluxo da energia, transportando-nos, ora para cima, ora para baixo, dependendo do momento em que cada um de nós se encontre.
Assim que surjam as condições adequadas para cada um de nós, o que pode significar um qualquer instante nesta jornada ou na próxima, poderemos experimentar o desejo manifestado de sair da roda do samsara – a roda interminável de nascimento, morte e renascimento.
Mas por agora, e enquanto isso não acontece, concentremo-nos na conjugação deste intrincado e complexo conjunto de energias que se está desenhando sobre nós, por forma a gerar uma nova e rica oportunidade de mudança e ajustamento do caminho.
Para que tal suceda precisamos de nos entregar às forças invisíveis do “Moinho das Transformações”, este Arcano X, que irá triturar, moer e destruir tudo o que precisamos de purificar interiormente – a tal transformação interna, ou seja, os velhos padrões ainda tão enraizados, os hábitos nocivos de todo o género, os instintos ainda tão primitivos e brutos, as forças opostas que vivem no nosso interior e que ainda não foram neutralizadas e transmutadas, a impulsividade, os desejos egóicos, e assim por diante.
Este Arcano marca o recomeço de um novo dia, de uma nova era, de um novo ciclo. Demarca uma etapa que se concluiu e anuncia o novo e ainda desconhecido caminho que havemos de trilhar.
Esta radiação conjuga-se com o momento de transição numerológica do Número 4 (que rege o mês de Setembro), para o Número 5, que irá reger o mês de Outubro.
Isto significa, que as estruturas rígidas ou os limites exagerados exigidos pelo 4 e todas as formações cristalizadas por este Numero deverão cair e estilhaçar-se para dar lugar ao novo - ao 5 - que é o Número da transformação interior que produz mudança, em virtude de se almejar o conhecimento, que nos conduzirá um dia, à mestria pessoal.
É importante recordar aqui que o regente de Setembro, o Número 4, é a redução de 13, este sim, o Número da verdadeira transformação alquímica, da organização do nosso sistema interno, do próprio esqueleto, da reestruturação interna, da reorganização interior que se dá de dentro para fora.
Portanto, esta reestruturação implica sempre um ajustamento e uma adequação ao novo estado de ser, ao novo patamar da consciência e, por conseguinte, haverá sempre algo que cairá, que ficará para trás. Haverá sempre destroços e detritos que não cabem nesta renovação, pelo que devem ser triturados, moídos, desfeitos em pó, o qual deve ser levado pelo vento (AR). Este Ar que Balança nos empresta para que nos revigoremos e possamos respirar mais livremente, enchendo os pulmões, para deixar ir embora a tristeza e assim permitir que a Alegria, tome o seu lugar, pois só ela nos pode conduzir para fora da estrutura pesada que carregamos há tanto tempo.
Este momento vai permitir, de um modo geral, trabalhar interiormente no sentido de obter equilíbrio em todas as áreas da vida, uma vez que nos está a ser pedido que reformulemos tudo em nós.
Que qualidades queremos expandir, que qualidades queremos nós transportar e irradiar? Haverá muito questionamento interior em relação a tudo o que está manifestamente visível na nossa vida prática e quotidiana: relacionamento a dois; filhos; família; saúde; profissão; etc.; mas também em tudo o que diz respeito à nossa vida interior; à nossa espiritualidade e à forma como é vivida, sentida e manifestada.
Este é um tempo de analisar o passado através do Elemento Ar, para “ver” o que estamos a “sentir”! Um momento de decantação das emoções produzidas por um passado de dor, de sofrimento, de dificuldade, de medo, de obstinação, de arrogância, de orgulho, de vaidade, de prepotência, etc.
Todas as emoções geradas por estados de contrariedade e de sofrimento, de resistência à mudança, de incapacidade de lidar com cada situação, de não-aceitação das experiências que vamos vivenciando, resultaram em processos de cristalização no nosso fluxo energético, as quais são as principais causadoras da nossa destruição, ou melhor seria dizer, de auto destruição. No fundo, são estas emoções doentes e distorcidas que, sendo somatizadas, nos conduzem a estados enfraquecidos, de qualidade energética muito densa e baixa, as quais causam aquilo que conhecemos por doenças.
Não devemos ficar admirados por ficarmos doentes. Enquanto não adentrarmos este mundo emocional com o único sentido de o harmonizar e de o compreender, e para o harmonizar e neutralizar há que o compreender, não seremos capazes de ir transformando tudo o que não tem qualidade, de forma imediata, não dando espaço para que essas emoções, quais raízes de ervas daninhas, proliferem na nossa terra interior.
Precisamos muito de olhar e ver que sentimentos são estes que afloram à nossa mente, para que possamos trabalhar com os nossos recursos internos de forma a transformar de modo permanente e eficaz a nossa essência, para que manifestemos e cumpramos o mais elevado em nós!
Neste ponto, a energia de Virgem, o signo que corresponde a este Arcano X, pode dar-nos uma ajuda extra, uma vez que é ela quem nos ensina a trabalhar e a conhecer o Elemento Terra – o Elemento que permite a materialização e manifestação do mental, dando-lhe forma e utilidade.
Assim, este novo ciclo pede que coloquemos em ordem o nosso mundo interior e bem assim o nosso mundo exterior. É um momento que irá exigir trabalho, empenho, cuidado e bastante rigor. É preciso dar atenção aos pormenores e não deixar nada ao acaso. Contudo, é essencial não cair na armadilha do perfeccionismo ou do criticismo ou ainda da autocrítica.
Sigamos então o fluxo, o convite desta Roda da Fortuna, e aceitemos essa Parte da Fortuna em nós. Que este seja o instante, o ápice em que olhando a partir de uma visão mais elevada, mais dinâmica e mais subtil, mais divina e sagrada, possamos aceitar a nossa condição e ao mesmo tempo, possamos fazer a escolha correcta de permanecer no lugar que agora nos cabe preencher ou por outro lado, saibamos distinguir que este é o nosso momento de avançar e fazer o que tem de ser feito!
Alta Pax