Os Princípios Fundamentais do Tarot
Diferença entre Tarot e Oráculo
Atualmente existem inúmeras variações dos baralhos de Tarot, desde os desenhos, figuras, símbolos, cores, temas (como por exemplo, Tarot dos Anjos, Tarot dos Celtas, Tarot Egípcio) etc., mas todos eles respeitam aspetos incontornáveis, como por exemplo, o número de cartas (78) que constitui o baralho, a existência de Arcanos Maiores e de Arcanos Menores, e ainda mantendo inalterável, o significado original de cada carta.
Se esses princípios não forem mantidos já não estaremos a falar de Tarot, mas sim de Oráculos ou Jogos de Adivinhação.
Quando consultamos o Tarot ou um qualquer Oráculo, não se pode dizer que a diferença nas respostas que se obtém seja abissal, muito pelo contrário. Talvez a maior diferença esteja mesmo no reconhecimento que é feito por cada de um nós, isto é, no valor que atribuímos a cada uma dessas ferramentas.
O Tarot aponta um caminho, mostra possibilidades, acrescenta-nos, "obriga-nos" a olhar em determinadas direções e a ver a nossa vida e os factos nela contidos sob novas e refrescantes perspetivas.
Os Oráculos também funcionam dessa maneira. Aliás, só funcionam dessa maneira. Quem interpreta os símbolos, tem que saber trabalhar confortavelmente com as informações contidas em cada lançamento, tem que ter uma postura isenta. Não pode querer vestir a pele do cavaleiro que salva a donzela do dragão.
Quem interpreta o Tarot é apenas o mensageiro das notícias, ele não pode dourar a pílula, não pode compor a história, não lhe compete esse papel. O papel do intérprete da linguagem simbólica sagrada, é o de se assegurar que a mensagem chega ao destinatário e que é devidamente compreendida de forma clara e isenta. O que o consulente faz com a informação não é da responsabilidade de quem interpreta.
Então, quando decidirem consultar o Tarot ou outro Oráculo devem fazê-lo com reverência. Lembrem-se: estarão perante uma ferramenta milenar, que tem sido mantida viva ao longo de incontáveis gerações. Muitos dos nossos ancestrais deram a vida ou sofreram para que este tesouro chegasse intacto até aos nossos dias. É nosso dever cuidar dessa herança. É uma forma de honrar os nossos ancestrais.
Muitos de vós pretendem que o Tarot (ou mesmo qualquer outra ferramenta) seja uma tábua de salvação. Pensam que a consulta resolverá os vossos problemas e que as respostas lhes servirão como uma espécie de Manual de sobrevivência, porém, não poderiam estar mais longe da verdade. Ninguém, absolutamente ninguém, seja que tipo de terapeuta ou facilitador for, tem o direito, ou o poder, de vos dizer o que devem fazer em relação às vossas escolhas e decisões.
A nossa missão é simples e humilde e serve apenas um propósito: o de o reposicionar ante si mesmo, levando-o a fazer um movimento interno de olhar noutra direção. De olhar para dentro, para si!
Portanto abram o vosso coração e escutem com amor e humildade a mensagem que os Arcanos vos querem transmitir.
Quando quiserem interpretar um dado momento na vossa vida, orientação sobre uma escolha, sobre a vida familiar, afetiva, profissional, espiritual ou mesmo sobre a saúde... podem estar certos que a tudo o Tarot responde, por vezes, se não sempre, obrigando-nos a reequacionar os nossos padrões de vida, de comportamento, as nossas escolhas, decisões e atitudes.
As respostas nem sempre são de acordo com os nossos desejos, expectativas ou intenções, porque o Tarot não cede a caprichos, nem a egos inflamados. Ele fala a secreta e antiga linguagem da alma, portanto, revela-se àquela parte de nós que é divina, que é essência pura.
Cabe a nós escrever a nossa história, pois o Tarot como qualquer outro oráculo, a meu ver, não pode determinar a nossa história de vida, antes permite obter informações acerca das possibilidades que se nos apresentam num dado momento da nossa existência na Terra.