14/4/2016 = 18:9
Largando os condicionamentos adquiridos.
O ser humano, regra geral, nasce livre, num corpo completamente novo, pleno de capacidades a todos os níveis. À medida que vai crescendo e desenvolvendo as várias potencialidades vai sendo também exposto a toda a espécie de crenças e dogmas daqueles que o rodeiam, o que naturalmente tem influenciado a humanidade desde tempos imemoriais.
Temos estado à mercê daqueles que nos precedem, que também movidos pelos medos que outros lhes incutiram, não fazem senão reproduzir esse papel connosco. Nós, com algumas, poucas excepções, recriamos essa farsa com os nossos filhos, enteados, sobrinhos, netos, alunos, etc.
Tudo isso teve com certeza um objectivo (ou pelo menos assim o defendem alguns, e eu própria). Porém vivemos um tempo em que já não existe nenhum tipo de justificação para continuarmos a ter este procedimento. Aquilo que há poucos anos era considerado oculto está agora ao alcance de qualquer pessoa. O conhecimento evadiu-se das prateleiras dos eruditos e passou para a internet, para as revistas, para livros a que todos facilmente têm acesso.
Não existe justificação para continuarmos a agir na nossa vida e na dos outros, de acordo com o modelo robotizado, expectável que todos tão bem conhecemos.
Quem já não proferiu algum dia frases do género: “Já a minha mãe fazia assim” ou “Cá em casa sempre foi assim e vai continuar a ser”?
Não somos máquinas. Somos seres pensantes, emocionais, mentais… mas não usamos as nossas próprias faculdades – aquelas com que nascemos. Muito menos usamos a nossa liberdade. Limitamo-nos a reproduzir o que aprendemos com os outros e nem sequer paramos um bocadinho para observar de outras perspectivas se esses comportamentos, atitudes, crenças, etc. serão adequados para nós. Não!
Seguimos em frente, ignorando o óbvio, saltitando de dificuldade em dificuldade, atribuindo os nossos problemas aos outros, claro!!!
Projetamos os nossos dramazinhos pessoais nos outros, queremos fazer guerrinhas pessoais e depois ficamos muito apoquentados quando os outros não nos alimentam o ego mesquinho, pequenino, ignorante e arrogante, com o seu silêncio de ouro ou com as suas respostas plenas de amor, mas que porque devolvem a verdade não gostamos.
Pois é, a verdade custa a ouvir. Mas se formos honestos connosco uma vez na vida e já agora se usarmos a nossa inteligência emocional poderemos aproveitar para olhar para essa verdade e aprender alguma coisa com ela.
Está na hora de nos libertarmos dos condicionamentos impostos pelos outros, mas sem zangas e sem atribuir culpas a A ou B.
Nós atraímos o que precisamos para crescer e ganhar consciência neste plano evolutivo onde a nossa alma se encontra, agarrada a um veículo terreno a que chamamos corpo.
Nem dele sabemos cuidar, enchemo-lo com toda a espécie de venenos, desde o que ingerimos, às formas-pensamento que criamos.
Passamos a vida cheios de medo de adoecer, sofrer e morrer, mas não dedicamos cuidados básicos ao nosso corpo.
Está na hora de assumir o poder de que dispomos para tomar as decisões mais correctas, positivas e saudáveis para o nosso bem-estar e parar de estar à espera que os outros cuidem de nós um dia.
Está na hora de assumir o que pensamos, o que manifestamos, o que atraímos e de aprender a crescer com as lições que a vida nos devolve por causa da nossa insensatez, da nossa imaturidade e da nossa leviandade.
Está na hora da nossa essência, da parte mais purificada da nossa alma, assumir o controlo desta vida e agir através da nossa personalidade, que quando reeducada se torna a nossa grande aliada neste estádio que é a vida terrena.
Eva Veigas