Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Eva Veigas - Arqueologia da Alma

Numerologia Holística • Tarot Alquímico Ancestral • Rituais Xamânicos Orientação em processos de despertar, reconexão e cura profunda.

Eva Veigas - Arqueologia da Alma

Numerologia Holística • Tarot Alquímico Ancestral • Rituais Xamânicos Orientação em processos de despertar, reconexão e cura profunda.

12.10.25

12 de Outubro de 1492


Eva Veigas

Título (12).png

A data que marca o “descobrimento da América”, mas que na verdade representou muito mais do que a chegada de uma frota a uma nova terra. Foi um ponto de viragem na história humana. Uma dobra no tempo. Um portal entre dois mundos que, até então, supostamente desconheciam a existência um do outro.
 
Atravessar o oceano não foi apenas uma conquista geográfica; podemos interpretar este feito como um acto simbólico de expansão, ambição, curiosidade, demonstração de poder… e também o início de uma ferida profunda que ainda hoje pulsa no inconsciente coletivo.
 
A data 12/10/1492 transporta consigo a marca do número 20, que no Tarot se associa à lâmina do Julgamento. Este arcano simboliza um momento de revelação, um despertar, uma tomada de consciência de algo novo ou estranho, uma curiosidade que conduz à descoberta, uma decisão, um renascimento, um período de grande vitalidade e vigor.
 
Nada depois desta data permaneceu igual.
O mundo dos conquistadores e dos conquistados, tal como era conhecido, terminou.
E um novo mundo, para o bem e para o mal, começou a nascer.
 
O 20, como símbolo numérico, cria uma condição específica para retirar a humanidade da escuridão, trazendo-a para uma nova era, em grande parte por causa da sensibilidade e delicadeza no trato que o 2 empresta. A diplomacia é o seu expoente máximo, e a aura feminina de que se reveste - trazendo cuidado e amabilidade - favorece diálogos proveitosos e soluções práticas que servem o maior número possível de pessoas.
 
Mas o 2 também possui aspectos contraditórios e complementares, como a dualidade, o confronto, as parcerias e o encontro (ou desencontro) entre opostos. E aqui, os opostos colidiram: Europa e América, conquista e resistência, expansão e perda, brilho e sombra. Dois mundos, duas verdades, duas visões da vida.
 
Os desafios presentes neste dia: 2, 4, 2 e 6, revelam o conflito inevitável da data.
O 2 repete-se: era necessário diálogo, cooperação, respeito, compreensão… mas o poder falou mais alto.
O 4 surge como estrutura rígida, colonização, imposição de um novo sistema sobre outro.
O 6 aponta para a responsabilidade moral, familiar e humana: uma responsabilidade que não foi honrada e cujo peso karmico ainda hoje se faz sentir.
 
Curiosamente, a chave karmica é 14 - o arcano da Temperança, símbolo de integração de opostos, alquimia e harmonia. O universo ofereceu à humanidade uma oportunidade rara: unir mundos de forma consciente, aprender mutuamente, trabalhar em conjunto e equilibrar forças. Mas em vez de temperança, equilíbrio e serenidade, houve domínio. Em vez de serem criadas pontes para o diálogo, houve invasão, terror e extermínio. A chave de ouro estava presente, mas foi ignorada. E sempre que uma chave deste calibre é ignorada, surge karma.
 
Os números ligados às expressões e realizações deste dia: 4, 1, 5 e 8, confirmam a narrativa histórica com precisão quase cirúrgica:
O 4 impôs novas regras, modelos e sistemas de vida.
O 1 revelou a ambição dos conquistadores e a liderança exercida pela força.
O 5, símbolo de mudança, viagem, expansão e aventura, quebrou limites, mas também trouxe desequilíbrio, tortura, extorsão e morte de tantos povos.
O 8 manifestou o poder, a riqueza, a exploração económica e o domínio sobre recursos e pessoas.
 
Está tudo aqui: todo o movimento abstrato e invisível que esteve na base de decisões tomadas por reis, nobreza e clero, que deram origem aos factos históricos, escondido dentro da data.
 
E então chegamos ao ápice karmico deste dia: o número 18, o Arcano da Lua.
A Lua é o inconsciente, as ilusões, os medos profundos, os segredos enterrados, os traumas não resolvidos. É a guardiã das histórias que nunca foram contadas, das vozes silenciadas, dos povos sacrificados, da dor varrida para debaixo do tapete da “civilização”.
 
A Lua é a memória dos que não foram ouvidos. E esta data trouxe à humanidade uma missão espiritual: encarar a sombra da própria história. Curar a ferida da dominação. Resgatar o valor do diferente. Reconhecer a dor causada. Só assim o ciclo pode ser concluído.
 
Assim, 12 de outubro de 1492 mostra-nos o génio humano capaz de navegar por mares desconhecidos… e mostra-nos também a escuridão humana capaz de destruir tudo em nome do progresso.
 
É uma data de luz e sombra, visão e ilusão, revelação e negação.
Foi o nascimento de uma nova era, mas também o início de um grande karma coletivo que ainda hoje estamos a tentar compreender, integrar e curar.
 
Porque o verdadeiro “descobrimento” não foi o de novas terras.
Foi o despertar de um novo ciclo de consciência.
533 anos depois e esse ciclo ainda não terminou...
 
Eva Veigas