Fevereiro 2014 - Regente 9
“Os desejos do homem são flechas de luz. Conseguem explorar os sonhos, visitar a terra das almas, curar as doenças, acabar com a dor e criar sóis.”
Sabedoria Ameríndia
Fevereiro cujo Regente Numerológico é 9, é um mês que nos convida a fazer o balanço dos últimos acontecimentos, bons ou maus, da nossa vida.
O 9 é o número que marca simbolicamente o final de um ciclo e em simultâneo a abertura de um novo. Durante este importante período de transição, encontramo-nos perante a possibilidade de virar mais uma página da nossa vida, de concluir assuntos, projetos e tarefas pendentes, de deixar ir pessoas e situações que não mais nos trazem paz nem quietude e consequentemente acolher as novas experiências que sucederão, no seguimento das novas escolhas.
No fundo, este período de transição pede-nos que digamos adeus ao antigo para nos permitirmos receber o novo.
É perante esta vivência que surgem os nossos apegos a tudo o que fomos e a tudo o que tivemos, pois recusamo-nos a largar um passado que apesar de obsoleto é tudo o que a ilusão nos diz que temos.
Deixar ir o passado não é, de facto, uma tarefa fácil, sobretudo quando nos encontramos mergulhados em diferentes lutos que nos mergulham em plena confusão mental e emocional, provocando o caos e a desordem na nossa vida e na vida daqueles que nos cercam, (sobretudo na daqueles que estão mais próximos). Esses lutos, essas contrariedades mal digeridas transformam-nos, sob a nossa permissão, muitas vezes inconsciente, em vítimas dos acontecimentos e sob essa máscara viveremos momentos que poderão ir da apatia profunda a momentos de emoção descontrolada.
Ora tudo isto só nos trará mais dor e sofrimento, afundando-nos cada vez mais nos nossos próprios dramas. É por essa razão que uma parte das pessoas refere a cada instante que a sua vida se encontra virada do avesso, caótica, e tudo o mais que possam imaginar. Ante este cenário, o comum ser humano perde as estribeiras e inevitavelmente o controlo da sua vida, mergulhando no desespero e na aflição, inibindo com essa atitude o seu processo criativo que o poderia ajudar a centrar e a buscar soluções para o que o apoquenta.
Mas o 9 está a reger todo este mês e sob a sua benévola influência tudo o que se encontra escondido e oculto no mais profundo de nós mesmos, os nossos segredos, os nossos medos, as nossas angústias e todo o universo de fantasmas que povoam os nossos sonhos tenderá a emergir das entranhas do nosso inconsciente.
Esta proposta do 9 surge como um universo de possibilidades a explorar, no qual somos convidados a mergulhar para nos descobrirmos ou encontrarmos pistas que nos reconduzirão de volta ao nosso próprio centro.
Claro que este é um mundo onde nem todos estão dispostos a entrar, pois encontra-se repleto de armadilhas e locais desconhecidos. Portanto quem não estiver presente e alerta, quem não estiver preparado e firme das suas intenções poderá perder-se neste labirinto que é o inconsciente.
Porém quem persistir, sem temor, num estado de espírito de total fé e confiança poderá sair plenamente regenerado e renovado desta incursão num mundo que representa para a maioria de nós o verdadeiro monstro de sete cabeças.
Retirado o véu que nos impedia de ver com clareza que o que de facto nos amarrava não era mais do que uma armação da nossa própria mente subconsciente, que age sobre nós com total liberdade de ação (pois nós não a treinamos para ela nos servir) encontramo-nos agora sob novo dilema. É neste momento que poderemos voltar a zangar-nos connosco, culpando-nos por não termos sido capazes de perceber a armadilha. No entanto, é precisamente neste momento que daremos provas de que estamos efetivamente dispostos a amar-nos. Como? Compreendendo que tudo isto fez e faz parte do nosso próprio processo de crescimento e transformação. É essa consciência que permite o tal perdão a nós mesmos (do qual tanto se fala hoje em dia, mas que é tão mal compreendido) e que nos permitirá ganhar uma nova liberdade retirando o peso das experiencias passadas. Perdoar também significa compreender que agimos de acordo com o nível de consciência (muito diferente do atual após esta nova descoberta) que possuíamos naquele instante de um passado mais ou menos remoto.